A possibilidade efetiva de fixar uma imagem, tal qual os olhos enxergavam aconteceu há quase 200 anos. Na França, na Inglaterra ou no Brasil, países onde algumas das experiências mais efetivas foram realizadas no que tange o processo físico/químico da fotografia, o desejo era fixar o que o olho via, tal qual ele via, ou de poder revelar uma imagem pela luz solar. Para Niépce, Daguerre, Talbot ou Hercule Florence, entre outros descobridores da fotografia, um processo inovador. O primeiro objeto da fotografia foi sua própria técnica e seu aperfeiçoamento, se utilizando de objetos, da paisagem, da arquitetura e do próprio indivíduo para se estabelecer como arte no moderno século XIX.
Entrada da luz, o tempo de exposição na captura e na revelação, a profissão que vai se estabelecendo, entre outros desafios que o fazer fotográfico apresentou nestes quase dois séculos, fez com que se estabelecesse, com o passar do tempo, como um documento para uso no fazer historiográfico – uma função essencial.
O Instituto Histórico de Passo Fundo resguarda esta função com o seu acervo de fotografias em suporte físico e digital, com os mais sortidos retratos avulsos em álbuns de família, postais da cidade, além dos mais variados objetos como máquinas fotográficas, flashes, ampliadores, porta-retratos, quadros, entre outros. Coleções trazidas pela comunidade, por associados colaboradores e efetivos, que contribuem com as pesquisas e amplia o conhecimento sobre estúdios, fotógrafos, estilos e técnicas utilizados em Passo Fundo. Pouco a pouco vamos revelando a atuação de profissionais como dos Lambe-lambes, os Czamanskis, os Souzas, o Tamagnone, o Ávila, a Dalila e tantos outros que clicaram a vida passo-fundense.
Quando se produz uma imagem fotográfica ela é passível de muitas interpretações, dependendo de quem as olha e de quem as pergunta. Para tanto, seja uma imagem institucional, governamental, pessoal ou familiar, a fotografia é um documento que contém informações sobre a sociedade, sobre os espaços, sobre momentos e acontecimentos, sobre a arquitetura, a moda ou sobre o viver de adultos, idosos e crianças. Ao olhar as fotografias e objetos desta página tenho certeza de que flashes de memórias surgirão a partir das poses nas fotografias, das roupas dos indivíduos, dos locais, dos equipamentos ou dos fotógrafos de estúdio.
Para a História, a fotografia enquanto documento, não vale mais que mil palavras, mas pode conter, sim, milhares de interpretações. Por isso, as fotografias, quadros, álbuns e câmeras fotográficas, que você tem ou conhece quem possa ter, podem fazer parte do nosso acervo e colaborar com futuras pesquisas e com as várias histórias de Passo Fundo.